Marginália Ii / Estação Derradeira [De Santo Amaro a Xerém (ao Vivo)]
Eu brasileiro confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição
Eu brasileiro confesso
Minha culpa, meu degredo
Pão seco de cada dia
Tropical melancolia
Negra solidão
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui o terceiro mundo
Pede a benção e vai dormir
Entre cascas das palmeiras
Araçás e bananeiras
Ao canto da juriti
Aqui meu pânico e glória
Aqui meu laço e cadeia
Conheço bem minha história
Começa na lua cheia
E termina antes do fim
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Rio de Janeiro, ladeiras
Civilização encruzilhada
Cada ribanceira é uma nação
À sua maneira, com ladrão
Lavadeiras, honra e tradição
Fronteiras, munição pesada
São Sebastião crivado
Nublai minha visão
Na noite da grande
Fogueira desvairada
Quero ver a Mangueira
Derradeira estação
Quero ouvir sua batucada
Minha terra tem palmeiras
Onde sopra o vento forte
Da fome, do medo e muito
Principalmente da morte
Oh lelê lalá
A bomba explode lá fora
Agora o que vou temer
Yes nós temos banana
Até pra dar e vender
Oh lelê lalá
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo