De Belo Horizonte a Vitória
Passa mata, passa ponte
passa moça passageira
passa vale o tem da Vale
vem da capital mineira
passa morro, passarinho
passa poste e currutela
Só não passa essa saudade de Maria Gabriela
Que deixei na estação quando acenei da janela
Passa flores, passa fontes
sob o olhar do maquinista
passa campos e montanhas
até onde alcança a vista
passa flor e formosura
no sorriso da donzela
Só não passa essa saudade de Maria Gabriela
Que deixei na estação quando acenei da janela
Passa cercas e porteiras
passa pasto e plantação
passa boi, passa boiada
passa a próxima estação
passa o acorde na rima
da canção que eu fiz pra ela
Só não passa essa saudade de Maria Gabriela
Que deixei na estação quando acenei da janela
Passa tropa, vai ligeiro
passa a flor do cafezal
passa enxada e facão
e o trabalhador rural
passa o canto da araponga
junto ao toco da cancela
Só não passa essa saudade de Maria Gabriela
Que deixei na estação quando acenei da janela
Mas só vou até Vitória, minha flor
para então realizar
o meu sonho de criança, meu amor
que é de conhecer o mar
mas como te disse ontem
volto pra Belo Horizonte
mês que vem pra te encontrar