Não quero ver a negritude branquear
A gente sobe o morro
pedindo socorro pro samba viver
o beco é estreito e o coração é largo
é o jeito afago de eu e você
o morro é poesia, tem ginga no pé e sabe batucar
mas não se esconde as dificuldades dessa gente pobre que vive por lá
Discriminação, herança maldita
mas nessa cartilha tanta ignorancia ainda a soletrar
pois com sangue negro escreveram esse meu Brasil
mas já proibiram a nossa memória disso se lembrar
É como dissse seu Joaquim, Maria Preta
dona Du, Zé da Muleta, Serafim do Cangurá
Só me preocupa onde esse atraso vai chegar
não, não quero não
não quero ver a negritude branquear