20 de 40
Eu vi de tudo, falei tudo e não pensei na vida
Falei demais por ser real e discordar, né firma?
Surgiu o novo flashback, tudo tem mistério
Pouco reflexo na favela, o final sem mérito
Cresci moleque ligeiro, sem trampo e vadiagem
Cidade livre na cabeça, embarca as viagens
Mas me virei com tudo isso, apurei o instinto
Sonhei com o cano lá no forro e não manchei o livro
Foi caminhando que trilhei o meu percurso, cara
Sem ativar minha ganância para grana alta
Vi muito louco, rato cinza, muitas falsidade
Permaneci no ponto alto CEI em detalhes
Puteiro aberto, fumaceiro, cheiro da loló
Desgraça é pouca pra quem vive no lança ou no pó
Alguns momentos esquecidos, louvado em milagre
Filho de Deus e sem caô, tem que ralar cumpadi
Ceilândia na cena, viela, expansão
Onde fiz a minha história, meu irmão
Se liga irmão, só os fortes sobreviverão
As luzes da cidade escura não ofuscam o meu brilho, não
Firmão vou viver, firmão vou viver
E quem é forte basta crer.
A cada ano, a cada dia, mais leões sem grade
A cada aperto, a revolta e o seu pai? (-Quem sabe)
A mãe guerreira, pouca infância, muito rala trava
Muitos irmãos em um barraco, aqui o chicote estrala
Pulverizaram a esperança em cada esquina fardas
Muitos soldados pouca idade, a pivetada emplaca
Se o veneno destilado neste copo mata
Faço minha parte, sem ligar pro tal destino, a vala
Só pilatragem, pouca liga, pouco papo reto
Firma, faço tudo pra viver defendendo meu teto
Mesmo no esgoto, muitas provas, sobrevivem o fortes
Ser um canalha ou sujeito, Japão, olha o bote
Longe da pedra, dos sem sono, eu vou
Madrugada, horror, vê se respeita, malandro morô?
Mas tô ligado, quem vacila escapa
Quem é folgado chapa, e a tristeza levando à desgraça
Ceilândia na cena, viela, expansão
Onde fiz a minha história, meu irmão
Se liga, irmão, só os fortes sobreviverão
As luzes da cidade escura não ofuscam o meu brilho, não
Firmão vou viver, firmão vou viver
E quem é forte basta crer
Um ciclo interminável, violência sem sentido
Tudo começa no tal boteco, e termina no abismo
Hoje tem guerra, tênis novo manchado de sangue
Whisky falso, fuleiragem, esquina bang bang
Quadra sinistra, som de funk, shortinho, doninha
Escola é ponto pra olheiro que vende farinha
Cadê o sentido disso tudo, me perdi na causa
Cadê o tal do prometido, ai fulano fala?
Não sei de nada, o silêncio é a lei das ruas
Falo o que vejo, e não cagueto o quanto fatura
Cordão de ouro, o relato de quem tem mistério
Carro filmado é o bonde, Ceilândia em progresso
O som no fim da rua, é a cara tudo a milhão
Quem é careta tá de bode, descansa irmão
A rua é suja pra quem tá de fora, acorda, bora
Quem não é cria, pode crer, na Ceilândia não cola
Ceilândia na cena, viela, expansão
Onde fiz a minha história, meu irmão
Se liga, irmão, só os fortes sobreviverão
As luzes da cidade escura não ofuscam o meu brilho, não
Firmão vou viver, firmão vou viver
E quem é forte, basta crer