O Valentão
Alô, moçada, está chegando o mineiro
Que não tem paradeiro e gosta de confusão
Briga no tapa, telequete e pontapé
Qualquer jeito que quiser pode vir que eu sou dos bons
Eu não sou gordo, sou até um magricelo
Mas quando arranjo duelo fico todo ouriçado
Onde eu passo o cano da minha bota
Muitos viram cambalhota e ficam no chão prancheado
Ontem à noite eu cheguei numa vendinha
Pinga, pimenta e farinha eu fiz a turma beber
Pra tira gosto, dei besouro e mosquito
Espetados num palito, todos teve que comer
Eu dei rasteira, derrubei eles no chão
Dei também uns bofetões pra aprender me respeitar
Sou bom de briga, sou o mineiro machão
Vai morar embaixo do chão quem vier me enfrentar
Eu sou valente, sou bravo e perigoso
Muitas vezes sou criminoso, o meu prazer é matar
O meu Brasil de cada canto eu conheço
Já virei leão do avesso, fiz onça me carinhar
Eu sou peitudo, sou forte e violento
Muito mais que o pensamento falo e posso provar
Sou valentão e comigo é assim
Se alguém duvidar de mim, venha experimentar
Quero encontrar por esses dias com a morte
Diz que ela é muito forte, comigo vai embaraçar
Quero dar nela um empurrão e uma rasteira
Jogar nela uma poeira, seu pescoço decepar
Eu sou mineiro me chamo barra pesada
Meu braço é uma corrente, minha mão é cadeado
Deu tudo errado, agora estou na prisão
Acabou o valentão, estou preso e algemado