O Amor e o Asilo
Eu tinha apenas vinte e cinco anos
Quando completamos um ano de casados
Foi com uma briga que comemoramos
O dia que era para ser sagrado
Talvez por ciúme ou talvez por outro
Só sei dizer que fui abandonado
O que restou para a triste lembrança
Em um pequeno fio de esperança
Só as alianças com os nomes gravados
Sem rumo na vida tornei-me um farrapo
Depois que o meu grande amor foi embora
Quantos planos bons para o nosso futuro
Com sua partida morreu sem demora
Para amenizar minha grande dor
Para os botequins fui na mesma hora
Quando os amigos me perguntavam
Por que a minha vida transformava
Nem mesmo eu sabia contar a estória
Por mais que eu tentasse fugir da verdade
Eu não encontrava forças pra agir
Pois não era fácil aquele sufoco
Então eu bebia pra de mim fugir
Quando eu acordava em plena calçada
Ouvindo as ofensas a me atingir
Eu que era um homem de tanta moral
Hoje envolvido em todo este mal
Com o pranto no rosto tinha que engolir
Fui ficando velho perdi minhas forças
Sem uma pessoa pra de mim cuidar
Foi quando alguém me disse com pena
Eu vou conduzi-lo para um lugar
Foi lá que eu vi pessoas como eu
Até quem eu nunca esperava encontrar
Cuja as alianças que nos uniu
Depois de tantos anos serviu
Pra dizer que o asilo é o nosso lar.