Terra
A terra não é do homem
O homem que é da terra
A terra não é do homem
Não o homem que é da terra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
A terra não é do homem
O homem que é da terra
A terra não é do homem
Não o homem que é da terra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
De uma semente nasceu a civilização
Indios e brancos, vermelhos e pretos todos de uma só nação
Só que nessa mistura nasceu a ambição
A terra que pertence ao homem trará uma maldição
Suas palavras por aqui não valem nada
Entendemos muito menos a medida que se fala
Querem possuir a terra e possuir a deus
Só que nenhum desses dois nunca foi e nem serão seus
O ar puro purifica sua respiração
O sol alimenta a fonte, purificação
Cada animal é visto como nosso irmão
Essas terras irrigaram nossa geração
Oh Jah, a terra não é do homem não
No, no, no, no
A terra não é do homem
O homem que é da terra
A terra não é do homem
Não o homem que é da terra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
Enquanto a terra for do homem
Povos nativos vivem no meio da mata
Criam seus filhos e moram numa praia
Olhares cativos, cultura caiçara
Guardiões da natureza, beleza de joia rara
Daí veio o homem com o seu ouro e prata
Ambição em seus olhos, na sua mão uma arma
Dispostos a tudo
Entre o dharma e o karma
Envenenam a água e também sua alma
Nascentes valiosas
Sua fonte de vida
Deus deu o acesso
E ordenou, divida!
A não ser que queiram sua riqueza destruída
Fogo na bomba, corpo sem sombra
Uísque na ferida
A terra não é do homem
O homem que é da terra
A terra não é do homem
Não o homem que é da terra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
A terra não é do homem
O homem que é da terra
A terra não é do homem
Não o homem que é da terra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
Enquanto a terra for do homem haverá guerra
O homem segue preso
Aprisionado na matéria
Prisão material
Essa é a maior miséria
Ganância, egoísmo, racismo e guerra
Pelos quatro cantos do planeta terra
Um monte de empresário
Sanguessuga sanguinário
E o latifundiário é um egoísta agrário
Trabalho escravo no campo
Até hoje me espanto
Para o trabalhador desencanto
É fato que a monocultura
Acaba com nossa cultura
E nem as sementes são como originalmente
É tudo manipulado
Alterado e controlado
E o consumo exagerado
'Tá tudo envenenado
Esse lixo industrializado
Larga isso meu irmão
Toma cuidado, se liga cumpade
Fique atento e não se engane
Porque a gente é o que a gente come
Ambição em excesso
E o tal do progresso
A desordem, o regresso
A tv retrocesso
Eu só agradeço e nada peço
Um dia da vida eu me despeço
Da terra eu vim, nela será o meu fim
O tempo aqui é rapidinho
Vou dar o melhor de mim
Oh Jah, meu melhor
Aqui na terra rufa o tambor
É o Nyahbingui
Rastafari na conexão
Com a batida do coração
Desde a criação sangue bom
Sempre bom buscar uma direção
De nada adianta acumular na matéria
É mais peso para carregar
O momento é de desapegar
Sou da natureza
Eu faço parte dela