O Sumo
Déa
A vida é tão depressa,
E é tanta coisa que tenho que pensar,
A faca e a tensão que cortam o ar,
Mesmo pressa em amarras,
Eu sou cigarra e sei que vou cantar;
Tua receita de bolo não serve para mim;
Na boca o desejo de um beijo,
Na tua candice a cura pra minha loucura,
Me alisa me denga me chama de prenda;
Tua receita de vida não serve para mim;
E como a lua eu sou a luz e a escuridão,
E tudo aquilo que digo e repito,
Não é pra sua vã compreensão,
Não é bendito, nem maldito,
Não cabe na sua previsão;
Não me acho, nem me encaixo,
Eu busco, eu mudo,
Por que do mundo,
Eu quero o sumo.