Lobo Não Come Lobo
Num tribunal de justiça por muitos foi presenciado
Na sala de audiência um réu seria julgado
Ali chegava um mocinho no meio dos diplomados
Pra enfrentar um veterano campeão dos advogados
O promotor afirmava na presença dos jurados
Em todos os julgamentos sou bilhete premiado
Jamais perdi uma causa, o réu será condenado
Rasgarei o meu diploma se a causo eu for derrotado
A confiança era pouca no moço recém formado
Mas lobo não come lobo, conforme diz o ditado
Mudou seu primeiro passo no seu destino traçado
Puxando a ponta da corda que o outro tinha enrolado
O moço puxou as brasas todas na sua sardinha
O promotor viu mosquito cair na sua farinha
Se viu num campo perdido, argumento já não tinha
Então sentiu-se obrigado pôr o facão na bainha
O réu foi absolvido ao som de uma campainha
Um frango novo cantou e o índio fugiu da rinha
Esta caneta de ouro escreve em cima da linha
A pedra do seu anel não brilha mais do que a minha