Puro Sangue
Vida de Ginete é dura barbaridade
Vivo amansando cavalo em tudo quanto é paragem
O galo canta, já me encontra chimarreando
O dia tá começando, lá vou eu, Deus e a coragem.
Minha bombacha não escolhe jeito ou lado
Pois passa o dia inteirinho no lombo de um aporreado
A bota velha, pedestal das minha chilenas
Já conhece o gosto amargo do sangue destes ventenas.
Grudo na crina pra fazer o bicho roncar
O patrão tá me bombeando, não posso me atrapalhar
Sento as esporas, faço o cuiúdo ajoelhar
E só desgrudo do lombo quando o bicho amansar.
Relincha, bagual, relincha campeiro
Relincha, bamo encurtando o piquete
Tu é só mais um cavalo na vida deste ginete.