De Esfiapar a Barrigueira
Nesta cadência baguala
De arrastar a sola na sala
Me apresente no galpão
Eu tô chegando da fronteira
E a santa lida campeira
É minha devoção
Urso de Lua e veiáco
Pra riba atiro os cacos
Meto espera e dou tirão
Não facilito aporreado
Ando sempre desconfiado
Se me oitavo no balcão
Me gusta baila vanera de esfiapar a barrigueira
Num tranco véio cuiúdo
E fazer uma moroita
Adelgaçar num bate coxa
Mesclado com terra e tudo
Porque o bugre quando gosta atira o pala pras costas
E mete bronca pachola
Chama a gaita e pandeiro
Provoca o guitarreiro
E sai dando coice na cola
Nasci no garrão do pago
E o jeito tosco que eu trago foi o campo que me deu
Onde não basta ser forte
Hai que se contar com a sorte muito taura já morreu
Vi muito metido a guapo se ver mal
E abaná os trapos quando a coisa fedeu
Não sou bonito e nem feio
Mas se engancho no arreio já vão saber que sou eu
Me criei por várzeas e mato
Sou pior que carrapato pra costear o gado brabo
Que na carga atropela esparrama cusco
E cadela fazendo esconder o rabo
Meu sovéu de sinchá touro sempre aguenta o estouro
Tenho o pingo pra confiar
Na trompa a rés chimarrona amadrinha
A redomona que se nega a piquetear