Não Existe Ateu
Perdi tantas vezes até aprender que a bondade demais me fez fraco
eu vi que é preciso um tanto de ódio pra lutar pelo que se ama
mas também é preciso uma dose de amor nesse peito de ódio se não essa raiva te inflama
deixa a alma insana e coloca veneno no fundo frasco
é fácil rimar quero ver não parar de rimar quando tudo tiver desabando
o ódio me fez caminhar o amor deu sentido pra eu continuar caminhando
esse é o equilíbrio, pra fugir desse ludibrio,
pra que o sonho não vire delírio, que o sangue no olho nao tire o brilho
perdoa seu filho, perdoa se eu firo aqueles que eu amo tentando fazer o que acredito
porém no coração da fera a flor e a dor vivem o seu conflito
as vezes eu morro e depois ressuscito, um dia é de chuva no outro granizo
eu me acostumei a andar no escuro de olhos vendados eu sei onde eu piso,
eu li o aviso não pula na água que tem barbatana
mantenha a distância a minha caneta é minha Catana
acredito que a vingança pode ser boa
foi tentando me vingar do mundo que eu fiz essas rimas e fazendo essas rimas
achei a estrada que me aperfeiçoa
é da miséria humana
da gente saber que é um ser incompleto mortal perecível
que nasce a fé a poesia a necessidade que faz o amor ser possível
só existe amor porque a gente sozinho não é nada
é do medo que nasce a esperança
só existe Deus porque a gente sozinho não basta
não existe ateu quando o avião balança
A luz e a sombra são irmãs
Como o sol e a lua
Preciso das duas das noites escuras e as manhãs
A arte é filha da morte
Uma parte é da sorte, mas não se ajoelhe
Quando rimo já não sou servo do Divino governo o destino com ele