Flores da Razão
FLORES DA RAZÃO
[zeca baleiro]
Se já não cuida mais do seu jardim
Que fim terão
As flores que perfumam a razão
De sim e não
A cidade estremece sob nossos pés
Dores e terrores vêm e vão como as marés
Lá fora tudo vive em abandono
Folha seca de outono
Cachorro sem dono
Você quer se esconder, mas em que vão
Se esconderá
Eu quero o que a vida me trouxer
E não me deixar levar
Quantos livros hoje ensinam como ser feliz
E o desejo de amar, o coração não diz
Medicina pro medo é mais coragem
Cego seguir viagem, bruta sina
Motor da vida, sua gasolina
É a dúvida
Levante a cabeça e olhe pra mim
É, eu sei, ninguém suporta ver
Alguém tão livre assim