Rei do Cangaço
Lá em Penambuco ele foi nascido.
Nome de batismo era Virgulino.
Porém sua sorte foi triste demais.
Perdeu os seus pais quando era menino.
Perdendo aqueles que queria bem.
Jurou que também matava o assassino.
Até que um dia completou a idade.
E cheio de maldade seguiu seu destino.
Levava consigo capanga e trabuco.
Deixando maluco o povo nordestino.
Por todas as partes era fogo sem brasa.
Besouro sem asa passava tinindo.
Tinha nesse bando muito valentão.
Tinha Mergulhão e também Ponto Fino.
Os mais destemidos desta cabroeira.
Era Antonio Ferreira, Corisco e Sabino.
Maria Bonita sua companheira.
Era sempre a primeira a peger no fuzil.
Por todas as partes que o bando passava.
Ali se travava uma luta febril.
Nem mesmo o governo eles não respeitava.
Até enfrentava a polícia civil.
Foi tanta fumaça que subiu ao léu.
Por isso que o céu ficou cor de anil.
A paz e sossego já não existia.
Até que um dia sua hora chegou.
Tenente Bezerra valente e ligeiro.
No tal cangaceiro uma carga acertou.
Assim foi o rei, rainha e bandido.
E outros fugindo no sertão desertou.
Com essa notícia o nordeste sorriu.
O Corisco sumiu e o Lampião se apagou.