Nas Veredas de uma Saudade
08 NAS VEREDAS DE UMA SAUDADE
Vem toureando a vida de peão campeiro
Sempre enforquilhado sobre o serigote
E o seu pingo zaino velho companheiro
Já conhece as ânsias de quem leva o trote.
O olhar se estende pra o sem fim dos campos
Bordejando a sanga onde o sol de molho
Pinta com luzeiro o rosto da amada
Que ronda seus sonhos sob um mata olho.
Coração matreiro que a loléu dispara
Como um potro alçado pelo corredor
Vá rever o encanto da chinoca linda
Sob os arvoredos e falar de amor.
Segue pampa a fora zaino de confiança
Levando as lembranças pelas amplidões
Que lá no horizonte pertito da estrada
Estão bem guardadas nossas ilusões.
E a saudade chucra que a garupa vinha
Não terá pousadas para se abrigar
Seguirá o destino de andejar gaudéria
Campeando outro zaino que volta pra o lar.