Enquanto Eu Me Ajoelho
Enquanto eu me ajoelho nos degraus de seu altar
Consentindo com seu jogo
Me sujeitando as suas regras
Eu não esqueço quem eu sou
Quando deixo de usar a voz
Quando o tempo se torna algoz
Pulando de pedra em pedra quente
Desviando da corrente
Na intenção de engendrar a corrente que vai
Aliviar a dor
De insistir em manter de pé
Mesmo nos dias em que falha a fé em nós
Vi cavalos correndo soltos na praia
Adultos brincando como crianças
E abundância por todo lugar
Pequenas ilhas de liberdade
Até em frestas como essa
Tua mão invisível pretende alcançar
Onde passava um rio ergueu-se um negócio
e a água corrente se tornou vento
Secando a vida, plantando sede
Onde antes fartura e contemplação
Escassez ansiedade e preocupação
Fazem parte da tua receita
Mas o teu tombo será nossa cura
Nossa cura será o teu fim