Nem penso nisso
E eu sinto claramente que nasci
Duma praga de ciúmes
O rap tuga é uma mistura de todos nós
Por isso eu culpo-me, desculpa
Eu sinto muito por falar à toa de
Rappers que eu não sinto muito
Fico triste porque sei que
Cada vez que combino
Uma atuação duma sixteen acabo bêbedo
Com os meus sócios e pelo que tenho visto
O mais estranho no meio disto
É que a figura que eu
Fiz fazes agora tu sóbrio
Se é pa' me impressionar 'tás-te a pressionar
O rap continua cá mesmo que pares de rimar
E por não percebеres logo
Isso sinto me obrigado
A mandar props aos que consеguem ser ouvintes
Neste mar de inimigos vejo
Piranhas lutar por beefs
Tipo que 'tão a competir
O teu bairro 'tá na fnac
Desculpa mas não compro tiros
Se o rap tuga não é uma merda
Com'é que eu me destaco nisto?
Tu que te dizes homem
Tu que te alfaiatas em modas e
Fazes cartazes dos fatos que vestes
Tu que levaste a chatice a estas terras
E que trouxeste de lá mais chatos para aqui
E que ainda por cima cantaste estes feitos
Tu que inventaste a chatice e o balão
Tu que tens a mania das invenções
Achas a tua miséria doutros tipos?
Digo-te já a vida 'tá difícil para todos tipo
Pah, eu sei que às vezes é difícil no cubico
Mas sabe bem ser sustentado
Pergunta ao Sam The Kid
Pobreza atinge limites onde é que ficas
Não finjas
Roubar não é fixe para aqueles que é instinto
Também sei que 'tá fodido pa' bules
Porque achavas tempo perdido ter
O décimo segundo
Antes não era um décimo segundo
Os cotas dos meus cotas guardam o esqueleto
Para desfrutar depois da reforma
E eu sei que não há descontos
Mas a tua filha quer uma história de embalar
Não dá pa' ler esses contos
Orientado pa' vida mas parece que te escondes
Há stress onde vives
Levas tabefes de desconhecidos
'Tá prometido, juro meu peeps
Mal ganhe o euromilhões chamo-vos
Pa' fumar guito comigo
E que nunca descobriste que eras bruto
E que nunca inventaste a maneira
De o não seres
Tu consegues ser cada vez mais besta
E a este progresso chamas Civilização!
Poesia experimental faz quem quer
Poesia mesmo faz quem pode, vejamos
Admiro o teu fascínio por astros
Levava-te sempre à lua mas
Depois tu pediste-me espaço
Eras o meu Armstrong como se eu me importasse
Agora não pico o ponto eu é
Que faço força no braço
Quem te disse que te enganaste
Quando pensaste que eu era feito de aço
O meu último centavo esconde-se de propósito
Cai-se na f quem te disse que te enganaste
Quando pensaste que eu era feito de aço
O meu último centavo esconde-se
Descai-se na fonte e peço o meu desejo
Um beijo na face para curar esta fase
Eu vejo te a mostrar todas as fases que tens
E quando eu fracasso tu
Vens levar-me às nuvens
Sei que isto até pode durar
E em vez de apertar gravata
Nós apertamos este laço
Daqui a uns anos juntos a ver o céu estrelado
E eu vou ver à minha
Frente uma estrela cadente, desliza
No céu, peço outro desejo igual
Mas como já o disse aqui não
Sei se ele se realiza
Poesia experimental faz quem quer
Poesia mesmo faz quem pode