Cerne de Aroeira
Para chegar nessa terra, vim arriscando a sorte
Bebi água envenenada, respirei o ar da morte
Na navalha do destino vim rastejando no corte
Eu vim trazendo coragem, esperança e sangue forte
A minha pobre bagagem eu mesmo fiz o transporte
Para entrar na batalha, saí da minha trincheira
Com pingos do meu suor fui apagando a poeira
Com fibra e resistência, igual cerne de aroeira
Eu sempre segui avante, atravessando barreira
E no mastro da vitória hasteei minha bandeira
Chorei muito no passado, para sorrir no presente
Estou colhendo o fruto onde plantei a semente
A minha mão calejada é minha grande patente
E tudo que hoje tenho, agradeço a Deus somente
Porque na luta da vida eu venci honestamente
Gente que me vê na sombra tem inveja do que sou
Mas não sabe que o Sol muitas vezes me queimou
Nos caminhos que passei, muita gente não passou
Nas lutas que eu venci, eu vi gente que tombou
Precisa ter fé em Deus para chegar onde estou