Açougueiro
O pulso é o fiel da balança
Empunhando a carneadeira,
Rude e guapa companheira
Para qualquer puxirão,
Corta da ponta ao gavião,
Cabo de pau falquejado,
Com três pinos remachados
Na empunhadura da mão.
Só vendo com que destreza
Sangra, coureia e desmancha.
E segue pedindo cancha
Na munheca do zé grande.
(A experiência que comande
No seu jeitão de carnear,
Vai tirando o costilhar
No estilo do rio grande.) bis
Golpeia um gole daqueles
De afugentar mau olhado,
Avental ensanguentado
Cheirando a chão de sangria,
Tapado de judiaria,
Vai coureando a própria vida,
Chairando a alma na lida
Pra retalhar mais um dia.
E quem passar na glorinha,
Bem logo ali, mais adiante,
Vai conhecer um gigante
Prestativo ao seu dispor,
(Um gaúcho, sim senhor,
Zé grande por apelido,
Graças a Deus, bem vivido,
Açougueiro e carneador.)