Noite de Trégua
Silencio nas montanhas silencio
Nada se ouve nem um ruido
Mas se apuras o ouvido vais perceber ao longe
O canto das aguas tranquilas de um rio
Serenas de um lago e sempre revoltas
Das cachoeiras
Silencio nas trincheiras silencio
Jandaias se arriscam num voo bonito
Parece um desafio ao instinto de pedra
Escondido e calado fuzis e canhões
E o coração gelado em noite de trégua
Na cordilheira
Ó mãe soberana a ti as nossas preces
Não haja canhões só rajadas de vento
Nem batalhões só canções de lamento
Que a esperança contida
Nessa noite de trégua sem rimas
Possa abrandar nosso coração
Transformando rancor em perdão
Sem régua entre o bem e o mal
Trilha certa de paz afinal
Silêncio...