Morte da Esperança

Refletindo sobre o que num existe
Parece que a injustiça persiste
A esperança é a última que morre
Mas dessa vez acho que não resiste
O ouro na mão do ladrão e quem luta pra tê-lo olha triste
Diz que num é Deus quem decide
Que os bens vão pros maus e os males pros bons
Sem a chance de revide
A insatisfação reside no olhar
Respire fundo tentando abafar
A voz do cansaço a chamar
Pro leito da conformação, é deitar e apagar!

Evite essa guerra inútil
Onde refletir quanto ao azar é algo fútil
Lute ao máximo, esgote as forças
Espere que notem o esforço... Tá fudido!!
Põe em jogo o pescoço a perigo e já perdido
Sem encosto, sufoco num suposto porto amigo

Antigamente eu achava que tudo se ajeitaria naturalmente
Mas atualmente as soluções fogem dos problemas
E os mesmos surgem casualmente
Boas notícias anualmente
Agora dizer que eu já tô no fim por favor, num aumente
O mal tende a escolher os inocentes
E se eu dissesse o oposto ao que penso quem me conhece ia dizer que o Shaw mente

E ainda que o caos atente contra quem sou
Devo aturar e seguir pra tal meta a frente
A casa ruiu
Meu mundo caiu
Ninguém nunca viu uma tragédia do destino tão vil
Mas ainda a gente não desistiu

Só que o pavio ainda tá aceso, sabe da onde?
Eu vou te falar, da segunda bomba que não explodiu
Então é bom que vocês salvem suas peles
Reles dez contos já valem a greve
A conta segue agora reze pra que ela termine em breve
Essa balança tá quebrada
Ela não viu porque é cega
Mas a quem isso fere

Se refere a mim?!
Fudido só que ainda tenho a minha dignidade
Aquela que não vem na identidade
Transmito na fala, não só o que aparento
Em lamento com simplicidade, no mínimo de inimizade

Por que ele e não eu
Com certeza não foi de curiosidade que o gato morreu
Por que ele e não eu
Sou sensato e quebrado, quem é safado já venceu
Por que ele e não eu
Caim matou Abel e a inveja matou Orfeu
Por que ele e não eu
O mal puxou o gatilho e correu
Calo o bom, o bom morreu

Mas não espere coerência quando as situações provam o contrário
Desesperado, calmo segue o desesperado, como se a esperança tivesse expirado
E mesmo que tivesse inspirado
Em paz três vezes na vida o mal não ia ser retirado
Infelizmente pra muitos o banho não alivia a tensão do corpo cansado
Por outro lado banalize a imagem do corpo estirado
Eu antes ter esticado um fino e ter ficado rindo do que ter infartado
O sino da igreja não anestesia as feridas do mundo marcado
O mercado abre tantas portas que acaba deixando neguinho cercado
É comum a polícia chegar numa cena de briga
E quebrar quem tinha apartado
E mermo refletindo sobre tudo isso não vejo o meu bolso, menos apertado
Mas isso é vida
Crucifica os mal-informados
Bota na lista de espera os formados

Mas não é por isso que eu vou ser um conformado
Em desistir após ter contornado
Problemas e tornado
Inferno em terra, indo pra guerra com Atenas do lado
Apenas, com sentimento de que o espírito tinha concordado
E apesar de tudo sou agradecido porque quando durmo não fico acordado

Insatisfeito com certeza
A vida continua meu Deus que lerdeza
Achar que ser maneiro vai te ajudar a nadar contra a correnteza
A maioria consome os dias como se o futuro seguisse as regras
E o mundo fosse uma empresa
Foi presa a presa que achava que ia sair ilesa
Só o vacilo tipo o último a sair e acabou deixando a luz acesa
E alguém vai pagar caro por isso

Por que ele e não eu
Com certeza não foi de curiosidade que o gato morreu
Por que ele e não eu
Sou sensato e quebrado, quem é safado já venceu
Por que ele e não eu
Caim matou Abel e a inveja matou Orfeu
Por que ele e não eu
O mal puxou o gatilho e correu
Calo o bom, o bom morreu

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