FORA!
No mormaço do fim da tarde, outro inverno se despede
Ventania quente que arde e o sossego se perde
E ainda tem quem, pela cor da pele, conviva com a aberração
De ser vigiado no supermercado e na fila do pão
Na manhã de um dia qualquer o amor recebe a sentença
Sendo fiscalizado e sempre julgado ao critério da crença
Que usa a fé como espada e desculpa pra machucar quem lhe convém
Deus me livre e me guarde também da maldade que se diz de bem
Deus me livre do seu ódio em nome de Deus
Fora daqui com o cinismo
Fora daqui a sua dissimulação
Fora!
Fora daqui com o sadismo
Fora daqui a sua manipulação
Fora!
Não espere a chegada de um momento raro trazer redenção
Pra que enfim sejam percebidos detalhes perdidos em vão
Todo agora é hora de sair do transe e seguir adiante
Pois a vida aqui fora acontece na tora a todo instante