João sem Terra
Desde pequeno me chamam
Desde pequeno me chamam
Desde pequeno me chamam, João-sem-terra
Filho de um sol estrangeiro
Que acabou me renegando
Fico onde chego primeiro, João-sem-terra
Ver o horizonte tão longe
E saber que tão perto dali
Ficou tudo o que vinha crescendo
De bom aqui dentro da gente
Ter que se andar pra frente
Sem olhar atrás o que se deixou
Não se deseja ao pior inimigo
Tao sujo presente
Desde pequeno me chamam
Desde pequeno me chamam
Desde pequeno me chamam, João-sem-terra
Filho de um sol estrangeiro
Que acabou me renegando
Fico onde chego primeiro, João-sem-terra
Lembra das noites de inverno
Onde o frio põe na mesa o vinho e o pão
Um foi tirado a videira
O outro amassado por tua mão
Ter que lembrar todo dia
Do medo que te fez deixar teu chão
Nem ao pior inimigo
Se quer tão amarga recordação