Maria Luiza
[Verso 1: Helião]
Essa é a vida de Maria Luiza, é, sonhou ser bailarina
Em São Paulo nasceu na periferia
Na cidade grande, todo santo dia, histórias de vida muito parecidas
Mostra que a política e o discurso da mídia não achou saída pra salvar vidas
[Refrão]
Quem falou, não existe amor, a vida é sem valor
Se condena, o que vale a pena, e a voz do pastor
Se errou, se cansou, não importa onde você parou
Cada alma com as lágrimas que um dia derramou
[Verso 2: Helião]
Maria Luiza, com a mãe e o irmão residia
Carente, pobre família, vivência muito sofrida
O pai na vida bandida, bem cedo largou a família
Caçado pela justiça, fugiu pra Brasília no dia 2
Aos onze ela vai morar com seu pai, pois a mãe e o irmão estão instáveis demais
Cachaça, bebida, usam crack demais
Miséria, sofrência, violência demais
Vizinhos se tornam inimigos a mais
Meninos querem receber seus reais
Já estavam no prazo com os dias a mais
Foram encontrados vítimas fatais
Com o pai sem teito, morou pouco tempo
Foi assediada, fugiu de casa
Treze anos na rua, uma prostituta, agora seu teto é o sol e a lua
Andajosa na praça, suja, seminua
É paga pra amar, só quer se drogar, um cara diz que é seu dono só pra aliciar
É o preço da vida e ninguém quer pagar
[Ponte]
Quem dirá um dia, que existe uma razão (uma razão)
Pra essas coisas feitas pelo coração (coração)
Se livrar do passado, acusação
Todos morrerão, mas antes todo viverão
[Refrão]
Quem falou, não existe amor, a vida é sem valor
Se condena, o que vale a pena, e a voz do pastor
Se errou, se cansou, não importa onde você parou
Cada alma com as lágrimas que um dia derramou
[Verso 3: Helião]
Aos presos está amigada, grávida pela primeira vez
De um cara que ela amava, de 23, que segundo ela sua cabeça o fez
E então sumiu, quando ouviu e concluiu que era gravidez
E ela correu os riscos por várias vezes, nasceu prematuro de sete meses
Menino (foi)
Feio, bem desnutrido (foi)
Exposto ao mundo dos vícios
Acostumado a sair desde os cinco
Já revoltado, envolvido aos bandido
Visto no lixo, louco, sujo, faminto
Maria Luiza envolvida aos conflito
Já amamentava o segundo filho e então
E se não fosse uma ONG, Maria Luiza estaria morta hoje
Conheceu Francisco, o primeiro marido, pra que os filhos grande de 9 e 14 estude à noite
Trabalha de dia, faz estudo médico, cuida da família
Pra ajudar as crianças da FEBEM um dia
Quer se formar em psicologia
[Gancho]
Não existe amor, não se condena, ouve a voz do pastor
Onde você parou, lágrimas que derramou
[Ponte]
Quem dirá um dia, que existe uma razão (uma razão)
Pra essas coisas feitas pelo coração (coração)
Se livrar do passado, acusação
Todos morrerão, mas antes todo viverão
[Outro]
Todo dia uma Maria ao pé do altar
Ora, oh, senhor, pra melhorar
E a sua vida abençoar
O seu mundo tão cheio de dor
Toda repleto só de amor e colorir o seu viver
Maria, Maria Luiza
Maria, não-não-não chora mais, Maria
Maria, Maria, Maria Luiza
Nã-nã-nã-nã-nã-nã-nã-não