Contra-ataque

Felipe Ferreira

Ausência de condição, o respeito que não vemos
Em meio a escuridão, a escolha que não temos


Entre o modo de pensar, modo de raciocinar
O sistema limitando até o direito de sonhar


Nessa sociedade fria, podre e imperialista
Onde vale o dinheiro, a ganância consumista


De playboy filha da puta, sem limites, arrogante
Cabeça sem conteúdo, vários livros na instante


Servindo só de enfeite pra sua sala luxuosa
O qg da fantasia de sua vida cor-de-rosa


Maldito engravatado, com status de herói
Diz que luta pelo povo, mas de fato só destrói


Dia-a-dia a esperança de nossa gente sofrida
Alienada e adestrada a não ligar para política


Um processo iniciado a pouco mais de meio século
E fadado a prosseguir nesse vicioso círculo


Mas a nossa reação tem de vir como avalanche
É chegada a nossa hora, o momento da revanche


(refrão)
Chegou o contra-ataque, a revolta em ação,
É o movimento rap pregando a revolução,
É a hora de abrir nossa mente para o novo,
E lutar pela favela, gladiar por nosso povo


Correntes nunca mais, se liberte do sistema
Pensando por si próprio para eles é problema


Cortex trabalhando, se liberte da tv
A mídia em geral só quer aprisionar você


Querem te sufocar, abater sua ideologia
Programas enlatados que se focam em vadias,


Teu corpo em liberdade, pensamento encarcerado
Refem alienado pelos verme esculachado


Corpos de sofredores jogados na calçada
Sangue do nosso sangue escorre e avermelha a vala


No rosto do policia sorriso de maldade
Soldado do governo que age com crueldade


Verme acima da lei, pra tu não pega nada
Licensa pra matar é o quepe e a imunda farda


Dispenso fazer parte, da sua máfia suja
Caráter não se compra, valores não se mudam


Observo o império corrompido desabar,
Na letra desse rap um sofredor vai se expressar


Chegou o contra-ataque, a revolta em ação,
É o movimento rap pregando a revolução,
É a hora de abrir nossa mente para o novo,
E lutar pela favela, gladiar por nosso povo


O céu veste seu luto na metrópole sombria,
Cidade iluminada, escuridão, periferia


Becos e vielas, labirinto arrasador,
Nas ruas de terra o breu é devastador


A mística da noite você sabe qual que é,
Favelado é alvo fácil, na mira dos gambé


Esse mundo é um inferno e eu sou gladiador,
Troco tiro com diabo, se preciso for


Pra você não interessa meu povo com consciência,
Minha arma é o hip hop, rajada de inteligência


A besta veste terno, por dinheiro ele é cego,
Sofrimento da favela massageia o seu ego


Discrimina o rap, me julga marginal
Desconhece a cultura que retrata a real


Mas isso um dia muda, eu tenho confiança,
Nas adversidades acredito na mudança


Quando a voz do gueto, formar uma aliança
Tão pura e espontânea igual sorriso de criança.

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