Prioridades

Espião

[Refrão]
Primeiro eu quero que se foda, depois eu quero que se dane
Daí eu mando a rima que te deixa no tatame
Que nem judô, que nem taekwondo
Que nem jiu-jitsu, ou seja lá o que for

[Verso 1]
Rua de Baixo, Espião, eu represento o hip hop
Em todos os seus elementos e seus fragmentos
Eu sei quem é e quem não é
E tá se achando a coisa do momento
Mas não tem talento
Rua de Baixo é lá de baixo, do fundo
Do quintal, original, underground
Produção independente, nacional, eu mesmo que faço
É no desembaraço, esse é o nó que faz o laço
E deixa esses cabaço num banho de salmoura
Eu mando o som que é uma surra de cabo de vassoura
E cai como uma luva
Diretamente da Penha, Vila Matilde, Aricanduva
Daqui da Zona Leste até a Praça da Sé, do Brasil até o Tibet
Eu sou quem você é, mas quem é você?
Pra me dizer o que fazer, o que escrever
Eu sou o lado B do CD
E tô aqui em carne osso, em batida e rima
Eu sou quem você vê, mas não quer vê lá em cima
Eu não tô nem aí, eu sou o primeiro a entrar e o último a sair
Não mudou nada por aqui

[Refrão]
Primeiro eu quero que se foda, depois eu quero que se dane
Daí eu mando a rima que te deixa no tatame
Que nem judô, que nem taekwondo
Que nem jiu-jitsu, ou seja lá o que for
Primeiro eu quero que se foda, depois eu quero que se dane
Daí eu mando a rima que te deixa no tatame
Que nem judô, que nem taekwondo
Que nem jiu-jitsu, ou seja lá o que for

[Verso 2]
Isso é fantástico
Espião no microfone de plástico
É quase instantâneo
Começa a rima e o plástico vira titânio
É quase instantâneo que nem miojo
E essa sua rima é um nojo
Pode pegar qualquer caneta do estojo
Pode pegar qualquer caderno da mochila
Vai pro fim da fila, espera sua vez
Não fale que é seu se não foi você que fez
E não me critique
Porque eu controlo as minhas rimas que nem Joystick
Ainda ligo o turbo, vou dar um trampo e vou virar dois turno
Que nem vigia noturno, mas eu não durmo no ponto
É só voltar a fita e pronto
Fazer umas cópia pirata e vender por dez prata
Enquanto a sua gravadora te maltrata, te põe no sal
Rua de Baixo não tem selo tridimensional
Mas o som é original, cê paga um pau
Temos know how e você don't know
E tem que ter a rima e tem que ter o flow
E o assunto é prioridade
Primeiro eu quero que se foda e o mundo se acabe
Como num passe de mágica, o estilo árabe
"Sin sin salabin laden"

[Refrão 2x]
Primeiro eu quero que se foda, depois eu quero que se dane
Daí eu mando a rima que te deixa no tatame
Que nem judô, que nem taekwondo
Que nem jiu-jitsu, ou seja lá o que for

[Verso 3]
Eu não uso Versace e nem uso Armani
Eu quero que se foda, depois quero que se dane
E com toda educação, é uma questão de etiqueta
Leia a instrução
Lavar a mão, lavar em casa, secar na sombra
Pra não ficar manchada a sua imagem, que é só miragem
Também, tem duas embalagens, mas não tem conteúdo
Por isso eu não me iludo
É da primeira impressão que se faz as cópias
A treta já morreu, só tô fazendo a autópsia
E esse é o laudo
Seu cheque já voltou, você não tem mais saldo
E mesmo sem nenhum respaldo, eu mantenho a postura
Sem salto alto, sem frescura
Fazendo o que eu posso por quem me procura
Mas sempre pondo o que eu penso em primeiro
Em segundo opiniões de terceiros
Que só sabem um quarto do que eu sinto
Então que vão pros quinto dos infernos
Pega fogo quando a ponta da caneta risca o caderno
Mantendo as prioridades ainda o mesmo
Com letras planejadas ou rimas a esmo
Fazendo os porco virar torresmo
Sinta o peso desse som obeso
Quando eu terminar, cê vai voltar pro começo
Porque ninguém sai ileso

[Refrão]
Primeiro eu quero que se foda, depois eu quero que se dane
Daí eu mando a rima que te deixa no tatame
Que nem judô, que nem taekwondo
Que nem jiu-jitsu, ou seja lá o que for
Primeiro eu quero que se foda, depois eu quero que se dane
Daí eu mando a rima que te deixa no tatame
Que nem judô, que nem taekwondo
Que nem jiu-jitsu, ou seja lá o que for

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