O Trem
Eu tô chegando
bem pertinho da estação.
Eu venho de muito longe
lá do fundo do sertão.
Passo riacho,
passo chão,
passo boiada,
um sertanejo cantando no serrado.
Eu tô chegando
bem pertinho da estação.
Lá fora os namorados se beijando,
é tão bom.
Eu eu penso nela,
no frescor dos olhos dela.
O campo todo verdinho,
tão verdinho.
O trem agora tá parando na estação.
Olho bem os namorados,
um punhal em suas mãos.
Na verdade era homens que lutavam,
de um deles escorria tanto sangue.
O trem agora tá parado na estação.
Eu vou acudir o homem estrebuchando no chão.
Eu me debruço sobre o corpo do cadáver,
reconheço aquele moço nos meus braços.
Era eu, era eu, era eu!
O trem agora tá parado na estação.