A Bunda da Raimunda

Pierre Simões

A bunda da Raimunda é uma coisa graciosa
Bem certinha e fogosa, mais um tanto assim manhosa
Eu sonho poder um dia apertá-la um bocadinho
Nem que fosse de levinho na fila do mercadinho

A bunda da Raimunda se encaixa assim certinho
Na cadeira de balanço quando vai lá ao parquinho
Faz inveja nas moçoilas, nas lolitas do internato
Faz parar o movimento, fecha o trânsito, no ato!

A bunda da Raimunda já inspirou compositores
Os poetas desregrados e também os escritores
Já foi capa de revista de moda e fofoquinha
Faz escola entre as bibas, querem uma igualzinha

A bunda da Raimunda já posou para pintores
Já foi tema de novela, também tese de doutores
Candidato a Pitanguy já pediu pra ver de perto
Como pode haver no mundo, algo assim tão belo e certo?

A bunda da Raimunda é cantada até nos bares
Cobiçada como ouro, referência em jantares
Quando vai à academia, essa sim, impõe respeito!
Tem gente que vai embora, de vergonha e de despeito

A bunda da Raimunda é um dom de Deus pra ela
Que o tempo leva embora, sem dó, sem muita querela
Vai saber fazer bom uso, se tiver sabedoria
Uma poupança e previdência para a aposentadoria

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