Amargo

Pedro Melo

A sorte vai, a sorte vem
Um dente dói, um calo apertado
Purista, extremista, especialista
em andar do lado errado

Não sei d’onde deu isso
Feito enguiço pra falar tudo apressado
Os bons no paraíso
Os indecisos vão pra casa do diabo

A porca corre
A casa cai
O caldo entorna
E pode ser amargo
Alguém jogou ao vento
Te entregou
Mas acertou o cara errado
Tanto faz se vivo ou morto o dia todo tá ferrado

A sorte vem, a sorte vai
Um dia moço vai virar bandido
Pra quem sofre sozinho uma cilada
É conforto, é ombro amigo

O som do salto alto bate forte
No Coração Madrugada
O rei tá na barriga
E a menina tá ficando apaixonada

A sorte foi embora
Destruiu a minha hora e minha cara
Cruzou a avenida
Travestida de mulher abandonada

Parado na esquina
a minha sorte foi jogada no escuro
Governo, nem polícia, nem milícia
Vai me deixar mais seguro

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