Dos Sonhos que invento
Os versos do poeta
O espelham e refletem
As coisas de seu mundo
De sua alma inquieta
Por isso é que os poetas
Um tanto visionários
Extraem coisas belas
Dos lances mais fecundos
Porém jamais esquecem
De delatar delírios
Cruéis e degradantes
Do torto submundo
Nem todo verso é tão belo
Quando ele chega no fundo
Se existem versos singelos
Existem versos imundos
Frutos de um tempo sem glória
Frutos de um tempo sangrento
Manchas de dor, nossa história
Aberta à força dos ventos
Poeta que tem memória
Que tem olhos atentos
Não mente para o seu povo
Como nos sonhos que invento