Sertão Profundo
PEDRO MARTINS
e eu
fraco e sem estrutura
reaprendendo a andar
sem ver a cor do dia
e eu
corte seco sem cura
no breu sem querer curar
e eu se quer saía
e ela
aquela janela de luz
o céu na selva escura
me chamava
pra ir la fora
e eu ia
e lá
nem espaço nem hora
e só se deixar levar
e eu já não sofria
e ela
ah! ela era vela no mar
no vento da ventura
me arrastava
pra rios em fúria
e eu ria
e apontava
um cais de estrelas
que só eu via