Cortina de Ferro
Paulinho Pedra Azul
E os mortos já falam mais
E os vivos não vivem mais, jamais
As portas são penas de cortes penais
Cortinas de ferro um laço a mais
A mais somos santos detrás das cortinas
Tantas amarguras pra um só coração
Vivemos de anúncios charadas e cortes
Cortadas de facas, de fundos punhais
Os gritos calados e a dor penetrante
E as vestes dos nobres cobrindo os chacais
Se abrirmos as bocas das portas proibidas
Achamos comidas pra fome matar
Mas nunca abriremos cortinas de ferro
Pois nossos problemas são pra toda vida
Que a carne sumida, sumiu, nada mais