Hora do adeus
Luiz Queiroga / Onildo Almeida
O meu cabelo já começa prateando
mas a sanfona ainda não desafinou
a minha voz, vocês reparem eu cantando
que é a mesma voz de quando
meu reinado começou
Modéstia à parte
é que eu não desafino
desde o tempo de menino
em exú, no meu sertão
Cantava solto,
que nem cigarra vadia
e é por isso que hoje em dia
ainda sou o rei do baião
Eu agradeço
ao povo brasileiro
norte, centro, sul inteiro
onde reinou o baião
Se eu mereci
minha coroa de rei
esta sempre eu honrei
foi a minha obrigação
Minha sanfona
minha voz, o meu baião
este meu chapéu de couro
e também o meu gibão
Vou juntar tudo
dar de presente ao meu museu
é a hora do adeus
de luiz, rei do baião