o surto psicótico_S.D.V.5
O despertador só desperta minha dor
Quando vejo quem acordou não foi o mesmo que deitou
Sinto pavor, por saber que não foi um humano
Que levantou não sinto mais amor no mundo leviano
E vão passando os anos e eu correndo para o abismo
Olhando o peixe e o gato feito alguém com estrabismo
Tentaram me salvar com exorcismo e descobriram
Que até o capeta sou pior que Constantine
Contido com tarja preta mas a minha faixa preta
Uso no início da treta e finalizo com escopeta
Nascido com a pele preta pra me camuflar no escuro
Visto a camiseta que as traças encheram de furos
Entro no Opala 6 caneco e o portão da garagem trava
Fico puto com esses trecos abro ele com pé de cabra
Que levo no porta mala do lado da CBC (Calibre 12)
Uma pá de serras, uma mareta e um kimono de karatê
A caminho da consulta já sonhando com uma luta
Tramando de forma oculta xingando filhos da puta
No trânsito hora de pico mas nervoso fico
Buscando conflito minha conversa é só com socos e bicos
Um malandro me xinga, arranco ele da janela
Pela gola da blusa polo, e vai formando uma plateia
Começa o tumulto um comuna filma fico puto
Pego seu iPhone e quebro e jogo as peças do viaduto
Pagando de reportagem achou que era câmera man
E faz pose de combate tá achando que é o Superman
Meus cento e trinta quilos contra esses chassi de grilos
Dois socos dois na lona sumo da cena em sigilo
Brinco de roleta russa com 5 no revolver
Doses de adrenalina língua enrola, overdose
Se eu morrer o capeta vai gritar desesperado
Meu Deus do céu tira daqui esse soldado
Desperto da hipnose ouvindo me larga moço
Vejo que seguro o pescoço do doutor sem esforço
Meu problema é mais sério do que ele imaginava
Boca aberta para alguém que em demônios não acreditava
Meio ao surto psicótico isolado como gótico
Sangue no nervo ótico perigo, diagnóstico
De um caveira que literalmente perdeu o norte
Até ceifeiro se esconde temendo a própria morte
Preciso voltar ao trabalho em casa só embaralho
O vício na adrenalina de mandar rato ao caralho
Me falaram uma novidade que me trouxe a sanidade
A verdade do que ocorrera não foi uma fatalidade
Vieram me matar e forjar um latrocínio
O mandante é o Coringa vai virar bife suíno
Era o Pai do Marcone e Alfredo é seu nome
Jurou vingança mas no natal vou mandar um panetone
Cortei a semente todos sabem que não quis
Mas agora é diferente vou arrancar essa raiz
A cicatriz sempre me lembra do início da matança
O meu surto é herança dessa sede de vingança
Brinco de roleta russa com 5 no revolver
Doses de adrenalina lingua enrola, overdose
Se eu morrer o capeta vai gritar desesperado
Meu Deus do céu tira daqui esse soldado