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Pablo Castro

O que move o mundo?
Por que ele é redondo?
Tudo é um absurdo só


Por ser impossível
Repartir o vento
Entre os fios do filó


A cada momento
Que encadeia as peças
De um infinito dominó


Tanta areia escorre
Pingo d'água chove
Não se contam os grãos de pó


Donde o pensamento
Numa mente funda
Em cada tormento um nó


Um porão fechado
Sob o firmamento
Um silêncio lento e só


Um pressentimento
Sobre o meu destino
De que nunca fui senhor


Perseguindo as pedras
Do deslizamento
De um abismo interior


Me admira o Sol se por
Terra barca a navegar
Me admira o homem crer
Que lhe é anterior


O que marca o tempo
Do exato segundo
Um relógio atômico


De que é feito a pilha
Vem daquela ilha
No oceano Atlântico


Entre o sul do leste
E o norte do oeste
E a trilha ancestral do Sol


Tudo é grande e simples
E inconcebível
Pois Deus é atemporal


Me admira o Sol nascer
Como um disco voador
Me admira o homem crer
Que lhe é anterior


O que corte rente
A metade do mundo
Bem na linha do Equador


Em sentido anti-horário
Gira o meu aquário
Campo magnético


Calotas polares
Inundam cidades
Nosso amor aquece o Sol


Mas o mundo cresce
Pura entropia
Nexo paradoxal

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