Escravo do Amor
És bela não é mentira
Teus olhos cor de safira
Causam ciúmes ao mar
Tua boca rubro farto
O mais purpurino cravo
Faz de inveja desmaiar
Tua vasta cabeleira
Como negra traiçoeira
Sobre o alvor da espádua nua
Parece um vestido branco
Da noite que no minguante
Cobre um pedaço da lua
Tu tens na voz um viveiro
Até o sol bandoleiro
Mal vem o dia raiar
Muito apressado se inclina
Sobre o ombro da colina
Na ânsia de te escutar
És bela, mas que tristeza
A par de tanta beleza
Tens um coração traidor
Insensível feiticeiro
E de um livre seresteiro
Fez um escravo do amor
Insensível feiticeiro
E de um livre seresteiro
Fez um escravo do amor