Atos
Miguel Jorge
Vê que ao invés de não ver
A não ser que incrédulo
A não ser que de tão cético
A não ser que sem querer
E ao invés de não ver
Pra nem saber do incesto
Pra nem saber do Rei Édipo
Pra nem saber se ser...quem
Tem olhos pra ver
Por não ser mais que verbo
Desse querer que de tão imerso
Será que só em formol, que deixemos nossos olhos ver
Eu não sei porque não vê tua nudez
Do que mostras tudo é tão fútil, e inútil, por demais inútil
E não é natural
Mais do que querer
Tu devias é saber
Que quanto mais se cobre, mais se cobra
Atos como o de eu e você, escondidos atrás de uma árvore,
fazendo o que é natural