Saudade de Belém
Guilherme Nascimento / Roberto Serrão
De vez em quando soluça o meu peito,
Relembrando os tempos idos na minha belém.
Uma gaiola sai do ver-o-peso,
Vai até marajó para trazer meu bem.
Bandeira branca vende abacaba,
Se a bandeira é encarnada, lá tem açaí.
Gato escaldado a chuva não molha,
Só depois das quatro horas é que eu vou sair.
Mulher bonita nasce a todo instante,
Um bom clima nos garante frutas naturais.
De fato novo, todo engomado,
Vou curtir o requintado theatro da paz.
Mamãe reza por nós com muita fé,
No mês de outubro acompanha
O círio de nazaré.
Depois de saborear um pirarucu,
Papai, que é remo doente,
Me leva pra ver o meu paysandu.
Outeiro e chapéu virado:
Paisagens que lembro com grande emoção,
Lembranças da terra querida
Que trago guardadas no meu coração.