Filho de Fazendeiro
Vou contar a minha história
Foi bem triste o meu passado
Moro longe dos meus pais
Porque fui injustiçado
No sertão de mato grosso
Nosso querido estado
O meu pai é conhecido
Por fazendeiro afamado.
Certa noite na fazenda
Apareceu um ladrão
E roubou quatro novilhas
E um boi de estimação
Me acusaram de culpado
Veja só que ingratidão
Meu pai chamou a polícia
Me levaram pra prisão.
Quando sai da prisão
Fiz a minha despedida
Dei meu adeus para sempre
A minha terra querida
Quando eu já ia saindo
O meu avô me chamou
Com os olhos rasos d’água
O velhinho assim falou:
Oh meu querido netinho
Nunca mais eu vou te ver
Porque já estou velhinho
Sei que breve vou morrer
Ele me deu de presente
Uma viola de pinho
Com a viola nos braços
Eu segui o meu caminho.
Minha querida mãezinha
Que saudade sinto agora
Desde a nossa despedida
Nunca mais vi a senhora
O destino construiu
Um aviso entre nós
Eu sei que a senhora chora
Quando ouve a minha voz.
Hoje longe, aqui tão longe
Da fazenda do meu pai
O meu passado tão triste
Do pensamento não sai
Pensando na minha terra
Quantas vezes já chorei
Mas se a mágoa não passar
Nunca mais eu voltarei.