Minha Terra Querida
A cruel saudade vai me apertando
E às vezes cantando me ponho a chorar
Pois quem foi criado no interior
Não perde o calor daquele lugar
O lindo luar brilhando as campinas
E lá nas colinas a brisa soprando
Do alto da serra caindo a cascata
Na borda da mata o sabiá cantando
A noite começa a se afastar
Deixando o lugar para a luz do dia
E os passarinhos contentes voando
No semeando suas melodias
O gado pastando o capim da invernada
A grama molhada ainda de orvalho
As lindas caboclas varrendo o terreiro
E os garimpeiros lavando o cascalho
Meu Deus que saudade da biquinha d’água
Da cerca de tábua presa com cipó
O vento trazendo de muito distante
A som de um berrante lá dos cafundó
Eu nunca me esqueço daquele regato
Saindo do mato da linda nascente
São coisas que vivem no longe passado
Mas fica gravado na alma da gente
Me orgulho de ser filho do interior
Pois sei o valor dos meus conterrâneos
A saudade aperta no meu coração
Mas peço perdão se estou chorando
Aqueles velhinhos que deixei em pranto
Já sofreram tanto com minha partida
Mas eles não sabem que aqui na cidade
Eu choro saudade da terra querida