Aterrissagem Forçada
Fomos criados em terrenos sem lei
Cada um por si onde o trono não é lugar do rei
No coliseu foi onde eu me criei e vi
Que hoje os freestyleiro é tão verme que até me enjoei
O topo virou algo tão apetitoso que o talento vira orgulho e vice-versa
Esse MC não versa, sua conversa é tiro e queda, tomara que Deus me peça
A mente é tão perversa que eu virei vitorioso
Sou talentoso desde molequim, bem que vim
Pra enxergar tua mente, teu corpo é só manequim
Matei o king, desprezei a queen, maloquim
Freestyleiro nato, rua, digdigdin, ó
Sou mais um vírus da cena
Uma doença, um problema
Sem uma solução tão previsível
O lado bom de ter sido tão invisível
É que eu pude arquitetar meu plano quieto
Porra, quase infalível
O maior problema foi meu ego inflável
E o meu coração que, nos últimos anos, de ódio tá inflamado
Dinheiro e problemas de inflação deixei de lado
E calculei as infinitas probabilidades pra prever esse fato
A fama é algo matemático ou prático
Ou bote a mente em prática mais rápido, isso é o cálculo
Se o hip hop é guerra, então te rapto, eu sou tático
O rap é só uma seita, bote a mão no fogo e faça o pacto
Pro rap eu sou um presságio do Armageddon
Trazendo ideologia e ética dentro de um som
Eu nunca me considerei tão bom
Mas sou tão esforçado que boa parte acha que eu tenho o dom
Eu vim desfazer a merda que esses fã de rap fizeram
Por meia década idolatrando idiotas
Quebro janelas e arrombo portas
Brasília vai ser vista e lembrada nem que seja nessas linhas tortas
Vagabundo freestyleiro da cidade cinza
Esse engravatado nunca vai entender os motivos que movem minha vida
Vagabundo freestyleiro da cidade cinza
Levamos cultura aos lugares que o Estado não reconhece que tem vida
Vagabundo freestyleiro da cidade cinza
Esse engravatado nunca vai entender os motivos que movem minha vida
Vagabundo freestyleiro da cidade cinza
Levamos cultura aos lugares que o Estado não reconhece que tem vida
E eu vivo pela mudança dessa instância
Da nossa juventude pela infância das criança
A batalha de rap é só mais um baile com a morte
Não é questão de sorte
Inteligente é quem aprende a dança
Um passo pra esquerda e pra direita
Barulho e mão pra cima quando a rima for bem feita
Se falar merda, é tirado, bem feito
O rap é espaço de construção, filhão
Não disseminação de preconceito
Um monte de limitado querendo me limitar
Não entende originalidade sem imitar
Não vê que a vida é poesia, eu vim pra ritmar, te intimar
Por a cara a tapa, o mundo vai te intimidar
Então se ajeita e revida, não tem saída
Cobrança vem igual pro rei na tua barriga
Nunca que o tempo vai te esperar, acorda pra vida
O preguiçoso se arrepende a cada chance perdida
E eu já perdi tanta chance
Que hoje eu não deixo passar em branco
Freestyle não é questão de revanche
É responsa de pegar o mic e subir no banco
E eu sonhei com o dia que a improvisação iria me salvar
Ainda sonho com o rap de rua pagando minhas contas
E eu vim pra explanar, sem esnobar
O dia que as base de rap valer mais que a droga dos rapper
O DJ Caique vai virar o Pablo Escobar
Direto de Brasília
Bendito é o fruto do nosso rap, irmão
Vagabundo freestyleiro da cidade cinza
Esse engravatado nunca vai entender os motivos que movem minha vida
Vagabundo freestyleiro da cidade cinza
Levamos cultura aos lugares que o Estado não reconhece que tem vida
Vagabundo freestyleiro da cidade cinza
Essa madame nunca vai entender os motivos pelo qual eu vivo
Vagabundo freestyleiro da cidade cinza
Boa parte dos rapper nunca vai entender o motivo pelo qual eu rimo