Ligas II - Amor, Abrigas
Sou só fogo logo rogo que não corroa e arda o rolo
Que eu tenho como consolo que eu vejo como conforto
É só papel pintado a luz, a sombra que nos revela nus
E a inflamável condição de não sermos só mais uns
Estar disposta à exposição quando se foca na abertura
Parar de apertar a mão de quem sufoca a bravura
Necessária à aventura, no passado eu estou segura
Trancado, sem fechadura e ao meu lado aquilo que dura
És floresta, és fauna e flora e és de uma calma que transforma
D'um silêncio que me cala, e um imenso que me toma
E em ausência és certeza da existência de uma volta
Exacto como a ciência é o teu colo que me acolhe a
Cabeça, sempre acodes quando em teu solo o pé tropeça
Aí concordo que me acordes para ver o que é dispensável
Não é mais que papel
E enquanto há luz há um meio de desenhar o céu
É de fogo e fumo
Se fazem os sinais
Em teu tronco nu
Conto-tos sem afinais
Um sem fim de mundos
Etéreos, imateriais
Fundamos no escuro
Novos espaços siderais
Eu sou só tua suturas-me as feridas dos dias em que satura a vida
Aturas as minhas manias como toda sou espinhas
Alinhas em de novo jogar à sardinha, comigo aninhas
E mesmo de falanges doridas, mantemos palmas estendidas
E tu consolas que seguias mesmo com solas comidas
Que por mim sondas sem guias então selamos saídas
Soldamos as ligas p'ra vidas fundidas erguidas com vigas
Porque amor, abrigas
É de fogo e fumo
Se fazem os sinais
Em teu tronco nu
Conto-tos sem afinais
Um sem fim de mundos
Etéreos, imateriais
Fundamos no escuro
Novos espaços siderais