Tropa Mansa
Cada palavra que eu canto é tropa mansa
que por diante vai levando o que eu falo.
E se a tropa anda lenta e vai com jeito
é pra dar folga pra boiada e pros cavalos.
A minha tropa de bois mansos, vai tranqüila
e obedecem quase sempre o meu comando...
Vai bem na frente um ponteiro de alma aberta
e lá no fundo um culatreiro vai gritando.
Só aparto o que é da tropa do meu jeito
a mango, grito, prosa, e bico de bota.
Mas tem sempre um aspa torta sem costeio
pra dar refugo e estrago na minha tropa.
No galpão eu desencilho e tomo um mate
a tropa entregue, faço as contas e me calo.
Mas tem sempre um maturrengo, basto novo
pra judiar e desfazer dos meus cavalos.
Chairo a faca pra um churrasco, faca buena.
Língua afiada que a falar logo se solta.
Para comer as minhas sobras e algum osso
sempre junta uma cuscada pela volta.
Vou tocando estrada a fora, enquanto posso
e pela rédea vou com a vida num floreio.
Vejo, há tempos, quanta coisa me atropela
mas mesmo assim eu vou bancando ela no freio.