Oco do Chão (part. Júlio Saldanha)
Quando um touro aponta a guampa
Num pelado de rodeio
Quando abro minha garganta
Raiz da pátria semeio
Levanto igual leiva bruta
Quando o arado galopeia
É a força da terra xucra
Que, no meu, peito pateia
Meu canto é tiro de bala que atou meu próprio cavalo
Me deixando enraizado na querência onde nasci
É mascote de sinuelo que vai batendo cincerro
E não deixa a pátria dormir
É olho de boi que pula
Que vem do oco do chão
Vertente de água pura
No manancial da canção
Quando me encontro vagando
No lombo de uma vaneira
Parece que vou rolando
Me transformando em cachoeira
Quando me encontro vagando
No lombo de uma vaneira
Parece que vou rolando
Me transformando em cachoeira