Pout-pourri De Pagodes
Empreitada Perigosa
Já derrubamos o mato
Terminou a derrubada
Agora preste a atenção
Meus amigos e camaradas
Não posso levar vocês
Pra minha nova empreitada
Vou pagar tudo que devo
E sair de madrugada
É Isso que o povo quer
É isso que o povo quer
É isso que vou cantar
O povo pede alegria
Alegria eu vou mandar
Eu canto o que o povo pede
O que eu peço o povo dá
Eu arrumei um emprego
Do jeito que eu queria
Pagamento todo dia
O patrão tem que aceitar
O emprego é bom de fato
Assinamos um contrato
No dia do pagamento
É proibido trabalhar
Estou gostando do emprego
Mais eu tenho que deixar
O patrão não quer dar férias
Eu preciso descansar
Mineiro de Monte Belo
Na beirada do telhado
É morada do Cuitelo
Sanhaço tem pena verde
Mora no pé de marmelo
No galho da laranjeira
Sabiá peito amarelo
No braço dessa viola
Mineiro de Monte Belo
Quando entro no catira
Os meus pés são dois martelos
Navalha na Carne
É muita navalha na minha carne
É muita espada pra me furar
Muitas lambadas na minha costa
É muita gente pra me surrar
É muita pedra no meu caminho
É muito espinho pra me furar
É muita paixão e muito desprezo
Não há coração que possa agüentar
Nove e nove
Para frente e para o alto
Eu nunca posso parar
Comigo é no nove e nove
Nove e nove eu vou contar
Meus versos têm nove e nove
Nenhum nove vai faltar
Eu vou dar o resultado
Que os nove e nove dá
Baiano no Coco
Quando eu vim lá da Bahia
Rumo a São Paulo eu meti o peito
Baiano veio de pau de arara
Ser pobre não é defeito
Eu vim pra ganhar dinheiro
Serviço eu não enjeito
Só que eu to com uma vontade
De comer coco que não tem jeito