Chico da Tereza
Fui dar os meus passeios
Na minha mula rugia
Foi a minha sina sorte
Quase morro nesse dia
Sendo que eu não merecia
Dois tiros de garrucha
Vi na minha direção
Minha mula refugou
Passou raspando no chão
Foi a minha sarvação
No mourão do mata-burro
O cabra tava escondido
Descobri o esconderijo
No clarão dos estampido
E rumei no seu sentido
Dei sinár pra minha mula
Que pisou com macieza
Dei a vorta na porteira
Peguei ele de surpresa
Era o Chico da Tereza
Com o rabo de tatu
Eu deitei no vão da oreia
O caboclo não gostou
Fez uma cara tão feia
Jogando o corpo na areia
Amarrei ele na mula
E levei pro delegado
Companheiro ficou preso
No xadrez ficou guardado
Vendo o Sol nascer quadrado
Virei o mulão nos casco
E vortei lá pra fazenda
A Tereza me esperava
Com seu vestido de renda
Tava linda minha prenda
Toquei ela na garupa
Fui morar em Santa Rita
Duas coisas neste mundo
Que meu coração parpita
Mula boa e muié bonita