Boneca de Pixe
(Lá está ela...)
(Cadê meu preto, ai meu Deus do céu!?
Lá vem ele...)
Venho danado com meus calo quente
Quase enforcado com meu colarinho
Venho empurrando quase toda a gente, preta,
Pra ver meu benzinho. Você, meu benzinho
Nego tu veio quase num arranco
Cheio de dedo dentro dessas luva
Bem que o ditado diz: nego de branco
É sinal de chuva. É sinal de chuva
Da cor do azeviche, da jaboticaba
Boneca de pixe, é tu que me acaba
Sou preto e meu gosto, ninguém me contesta,
Mas há muito branco com pinta na testa
Tem português assim nas minhas águas
Que culpa eu tenho de ser boa mulata
Nego se tu borrece minhas mágoa
Ah, eu te dou a lata. Dou mesmo. Eu te dou lata
Não me farseia ó muié canaia,
Se tu me engana vai haver banzé
Eu te sapeco um rabo-de-arraia
E te dou no pé. Eh! Eh! Eu te piso o pé
Da cor do azeviche, da jaboticaba
Boneca de piche, sou eu quem te acaba
És preto e tem gosto ninguém te contesta
Mas há muito branco com pinta na testa
És preto e tem gosto ninguém te contesta
Mas há muito branco com pinta na testa
Boneca de pixe...