Aventuras

Anchieta Dali / Diomedes Mariano

Fui bastante sincero com você
Dei um pouco de credo as suas juras
Nosso tempo foi curto mas rendeu
Muito além do quintal das criaturas
Apesar dos receios e temores
Como dois estreantes amadores
Tendo medo das próprias aventuras

O bulício da brisa nos lençóis
O espelho do sol nos azulejos
Os impulsos dos tensos corações
Gotejaram a bica dos desejos
Testemunhas de fatos ocorridos
A parede guardou nos seus ouvidos
Os estalos sutis dos nossos beijos

Nada mais importava além daquilo
Pelo afeto, carinho e harmonia
No seu colo macio eu me deitava
Nos meus braços, você adormecia
Mas sonhava de um jeito acordado
Como água caminha para o mar
Fomos feitos pra nós naquele dia

Nossa estrela foi breve, mas foi bela
Bem vivida com muita intensidade,
Era o dia do fico, mas eu fui
Obrigado a partir contra vontade
Sem que um pouco de graça visse em nada
Como abelha sem favo, embriagada,
Na resina do caule da saudade

Deixei marcas de mim pelo seu corpo,
O formato da face no teu seio,
Ao encontro da minha boca úmida
Sua boca faminta também veio,
Ao quebramos recordes da censura,
Onde houver uma história de aventura,
O capítulo da nossa está no meio

Quase um sonho, porém realidade
Inda pouco, mas deu muito prazer
Você foi, você é, você será
O motivo maior do meu viver,
Seiva doce, da fruta proibida
A história de amor por nos vivida
Vai ser muito difícil de esquecer

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