Quadro em Branco
Por entre buracos, fugitivo como um fora-da-lei
Na vergonha de ter culpa por nunca ter tido
Uma só chance que fizesse alguém compreender
Que desse mundo eu não sou e nesse mundo
Eu nem sei do meu nome, minha identidade se foi,
Digerida como as balas de revólver daqui,
Em liberdade, quem se importa é quem não tem
Filhos do descaso num mundo que vive de vertigens
Vão passar por mim e fingir não me ver,
Feito um quadro em braco envelhecerei
E antes de sumir, desaparecer,
Pagarei por tudo que não é mas poderia ser
Sempre engaiolado pelos vidros do seu carro,
Me diz, por quê tanto orgulho se não dá valor ao que tem?
O teu medo é a dor na consciência em vão
De ficar calado e fugir de uma outra obrigação,
Mas danem-se seus atos
Danem-se seus modos, são tão nobres
Que se fodam seus valores de Rei, e comemore,
Você pode acumular vendo essa miséria que taxa pessoas como ninguém
Eu deveria ter pena de você,
Pela bondade que há dentro de você,
Mas sou ninguém,
Seguirei curvado aos seus pés