601
Remo no asfalto por ruas suicidas
No Centro há um porto, o porto solidão
Os grafites gritam com voz de amaralina
A justiça é cega mas sua balança
Vejo velhas fardas vendendo nossas guerras
Um peso e duas medidas pr'os sem educação
Toda vez que tento me levantar em seguida
Chega alguém de terno com vara de condão
Paz armada pr'os que não tem luz
Uma praça pr'os que não tem água
Batom vermelho pra quem não seduz
Uma mortalha pra quem não se cala
É isso que eles querem
É isso que eles são
É isso que os enriquecem
E o que não abrem mão
Na América do Sul transplantam ingratidão
No 601 é muita emoção
Remo no asfalto por ruas suicidas
No Centro há um porto, o porto solidão
Os grafites gritam com voz de amaralina
A justiça é cega mas sua balança
Quando o anticristo bater a sua porta
Vote nulo e reze pra Deus interceder
Todo o sacrifício é o que mais importa
Quando é a gente que faz acontecer
Paz armada pr'os que não tem luz
Uma praça pr'os que não tem água
Batom vermelho pra quem não seduz
Uma mortalha pra quem não se cala
É isso que eles querem
É isso que eles são
É isso que os enriquecem
E o que lhes dá tesão
A América do Sul é um amor de Platão
No 601 é muita onda, irmão